O BTG Pactual identificou a decisão da Petrobras (PETR4) de diminuir em 5,6% o preço de venda da gasolina A para as distribuidoras como um impedimento para o etanol.
Os analistas Thiago Duarte e Guilherme Guttilla mencionam que mantêm uma visão otimista em relação às ações do segmento de açúcar e etanol, com o etanol se beneficiando de um desequilíbrio controlado entre oferta e demanda, o que garantiu um desempenho de preços forte no último ano, além de uma expectativa positiva para os preços do açúcar a médio prazo.
“A decisão da Petrobras de cortar os preços da gasolina não foi uma surpresa total, considerando a acentuada queda nos preços do petróleo, mas, sem dúvida, representa um entrave na trajetória otimista para o etanol.”
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O banco recorda que desde 2 de abril, no denominado “Dia da Libertação”, quando Donald Trump anunciou tarifas recíprocas, os preços do brent caíram 18%, fazendo com que o preço da gasolina no mercado interno fosse negociado com um prêmio sobre a paridade de importação (PPI) em determinados momentos. Historicamente, a Petrobras manteve preços entre 5% e 8% abaixo da PPI nos últimos 12 meses.
“A redução de R$ 0,17/litro ajusta os preços das refinarias à PPI. Esperamos que essa correção diminua o preço de equilíbrio do etanol nas usinas em R$ 0,09/litro, levando a paridade de 70% do etanol a R$ 2,86/litro, em comparação ao valor anterior de R$ 2,94. Embora isso diminua o potencial de valorização do etanol, o preço ainda se encontra 9,4% acima do nível atual de mercado de R$ 2,61/litro.”
A queda do etanol cria oportunidade para ações?
O banco antecipa um impacto entre 2,6% e 4,6% no EBIT para as empresas que estão sob sua cobertura [Raízen (RAIZ4), Jalles (JALL3), São Martinho (SMTO3) e Adecoagro).
“Como era de se esperar, as ações caíram no pregão de ontem. Mesmo assim, acreditamos que os papéis do setor ainda apresentam avaliações atrativas, e a correção atual pode ser vista como uma oportunidade interessante de entrada — apesar da redução no preço da gasolina.”
Para ilustrar, o BTG usa o exemplo da São Martinho. “Considerando que o impacto total do etanol seja refletido nos fluxos de caixa, a ação passaria de um yield de FCF (fluxo de caixa livre) de 14,4% para um ainda atraente 13,2% — uma redução de cerca de 1 ponto percentual.”
Os analistas ressaltam que é complicado eliminar totalmente o risco de novos cortes nos preços da gasolina, caso o Brent continue pressionado, especialmente porque os preços das refinarias agora estão apenas equilibrados com a PPI. “Isso pode continuar constituindo um fator negativo para o setor no curto prazo.”
O banco fornece a seguinte recomendação para as ações:
- Raízen: compra, preço-alvo de R$ 3,50 (potencial de alta de 78,57%)
- Jalles: compra, preço-alvo de R$ 8 (potencial de alta de 97,53%)
- São Martinho: compra, preço-alvo de R$ 39 (potencial de alta de 89,97%)
Fonte: Money Times
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