O dólar enfraqueceu com a pausa temporária das tarifas impostas por Trump e a expectativa de revogação do decreto do IOF no horizonte (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)
O dólar enfrentou uma desvalorização em função das oscilações nas tarifas de Trump e as expectativas sobre a revogação do decreto relacionado ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo Congresso.
Na quinta-feira (29), o dólar à vista (USDBRL) finalizou as operações a R$ 5,6670, com uma redução de 0,50% em comparação ao real.
Esse movimento refletiu a tendência registrada no mercado internacional. Por volta das 17h (horário de Brasília), o DXY, que avalia o dólar em relação a uma cesta de seis moedas estrangeiras como euro e libra, caiu 0,52%, marcando 99,358 pontos.
O que influenciou o dólar hoje?
O setor de câmbio concentrou sua atenção nas variações das tarifas recíprocas, que foram introduzidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início de abril.
Na noite passada (28), o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA declarou que Trump ultrapassou sua autoridade ao utilizar a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA, na sigla em inglês) para estabelecer as tarifas ‘recíprocas’ e que essas ações são vistas como ‘ilegais’.
Na decisão, o tribunal estipulou a suspensão permanente da maior parte das tarifas apresentadas e barrou novas modificações, dando ao governo um prazo de 10 dias para formalizar a revogação das mesmas.
Na parte da tarde desta quinta (29), um tribunal federal de apelações restabeleceu o ‘tarifaço’ de Trump, acatando o pedido da Casa Branca. Mais cedo, a administração Trump havia informado à Corte de Apelações do Circuito Federal dos EUA que buscaria uma “medida de emergência” na Suprema Corte já nesta sexta-feira (30), caso a decisão sobre as tarifas não fosse rapidamente revertida.
Além disso, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, mencionou que existem três acordos comerciais quase finalizados, em uma entrevista à Fox Business Network.
Os investidores também reagiram a novos dados econômicos dos EUA. Entre eles, o Produto Interno Bruto (PIB) do país apresentou uma contração de 0,2% na base anual no primeiro trimestre, conforme os dados ajustados para sazonalidade e inflação divulgados pelo Departamento de Comércio do país mais cedo. Esse resultado ficou 0,1 ponto percentual abaixo da previsão inicial e foi melhor do que a expectativa do mercado de 0,4%.
Os pedidos de seguro-desemprego aumentaram além do anticipado na semana passada, de acordo com o Departamento do Trabalho dos EUA.
Dólar também se desvalorizou em relação ao real
O dólar também enfrentou uma desvalorização em relação ao real. Aqui, os investidores mostraram uma postura mais avessa ao risco, dado as discussões envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em Brasília.
No dia anterior, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que, neste momento, não há alternativa ao decreto que elevou o IOF para garantir que os compromissos fiscais deste ano sejam cumpridos.
Hoje (29), o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, reafirmou que não existe alternativa ao decreto de aumento do IOF e sustentou que tal medida é indispensável, considerando o volume de receitas previstas, a não ser que uma outra solução com o mesmo efeito fiscal seja encontrada.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o “clima é para revogação” da medida na Casa, mencionando que concordou em que “a equipe econômica tem 10 dias para apresentar um plano alternativo”, em uma postagem na rede social X.
Conforme os dados, a taxa de desemprego atingiu 6,6% no trimestre até abril, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a menor taxa para este período na série histórica que começou em 2012 e fica bem abaixo da previsão em pesquisa da Reuters de 6,9%. No mesmo período do ano passado, a taxa de desemprego era de 7,5%.
“A redução no desemprego, a deflação no IGP-M e a expectativa de que o Banco Central mantenha a taxa Selic atual em 14,75% por um tempo prolongado tornam o país atraente para os investidores estrangeiros e o fluxo internacional”, destacou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
Fonte: Money Times
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