As ações da Rede D’Or (RDOR3) começaram o dia com uma queda acentuada, ocupando a posição negativa no Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (3).
Por volta das 11h10 (horário de Brasília), RDOR3 apresentou uma redução de 4,09%, negociando a R$ 35,90. Em seu ponto mais baixo do dia, as ações despencaram 4,86%. Acompanhe o Tempo Real.
Os horários refletem a revisão negativa das projeções de crescimento da empresa. A Rede D’Or diminuiu sua previsão de entrega para 3.203 novos leitos hospitalares entre 2025 e 2028, em comparação com a expectativa anterior de 4.036 leitos. O número atualizado representa uma redução de 21% em relação à previsão anterior.
Para este ano, a expectativa é de abertura de 491 leitos, contra 898 anteriormente estimados no relatório de referência de 2024. Para o ano seguinte, são 868 leitos, comparados a 1.117 leitos inicialmente planejados. Para 2027, a projeção é de 893 leitos, em oposição aos 771 leitos estimados anteriormente, e para 2028, a previsão é de 951 novos leitos, versus os 1.250 leitos do plano de 2024.
A companhia informou que o custo médio dos novos leitos será de cerca de R$ 1,4 milhão por unidade, sendo aproximadamente 80% deles “brownfields“. No relatório de 2024, o custo médio era de R$ 1,5 milhão, e os projetos “brownfields” representavam 70% de um plano que envolvia mais de 40 projetos.
Conforme a Rede D’Or, o grupo está em processo de desenvolvimento de mais de 30 novos projetos (greenfield) e de expansão (brownfield), que se encontram em diversos estágios de desenvolvimento e licenciamento.
Qual é a análise dos especialistas?
Conforme a avaliação dos analistas do Citi, a revisão do guidance “obviamente não é um sinal encorajador para a confiança em torno dos fundamentos de crescimento a longo prazo da companhia”.
Para o Bradesco BBI, a diminuição no plano de expansão é “majoritariamente negativa”, especialmente considerando o crescimento superior do mercado de planos de saúde pela SulAmérica, além de um cenário competitivo mais favorável para os hospitais do grupo, dada sua exposição limitada a operadores com dificuldades financeiras.
“A redução acentuada dos projetos brownfield – que normalmente são mais rentáveis e não requerem credenciamento de pagadores – também foi interpretada como um sinal negativo, sugerindo perspectivas de crescimento mais fracas nos mercados existentes”, acrescentaram os analistas Marcio Osako e Larissa Monte em relatório direcionado a clientes.
Por sua vez, o Goldman Sachs classificou a alteração como “levemente negativa”. “Esperávamos ajustes na nova versão do plano de expansão, algo que é natural para a empresa, reavaliando a demanda e os desafios operacionais para implementar novos projetos. Entretanto, a magnitude da revisão foi notável”, declarou o analista Gustavo Miele.
Para ele, os investidores podem interpretar essa mudança como uma leve diminuição no potencial de crescimento a longo prazo da empresa. Portanto, a reação negativa do mercado era esperada.
O BTG Pactual, por outro lado, considera que o novo plano apresenta-se “mais realista”, refletindo cautela em relação ao alto custo de capital e exclusões em planos de saúde regionais.
Os analistas do banco também destacaram que, mesmo com a revisão, a expansão média anual de 6% continua robusta, com investimento (capex) por leito ligeiramente inferior.
Além disso, a instituição acredita que a parceria com o Bradesco pode alavancar o crescimento futuro, “mesmo que o plano atual não reflita isso”.
Qual a orientação para os investidores de RDOR3 agora?
A revisão negativa do guidance referente aos novos leitos não deve afetar o lucro líquido da empresa no período de 2025 a 2028, segundo a análise do Goldman Sachs. “Menor capex resultando em menores despesas financeiras, enquanto o impacto no Ebitda deve ser controlado no curto prazo, já que os projetos levam tempo para amadurecer”, afirmou Gustavo Miele em relatório.
O analista ainda ressalta que existem aspectos positivos na mudança. “Acreditamos que o plano de expansão está agora consideravelmente mais fundamentado, especialmente após a reavaliação da empresa em relação à sua exposição a pagadores-chave nos trimestres passados, focando em parcerias que podem oferecer melhores condições comerciais para a Rede D’Or em termos de ticket médio e recebíveis.”
O banco também não descarta a possibilidade de que a joint venture da Rede D’Or com a Bradesco Seguros se torne mais relevante com futuros projetos.
Com essa perspectiva, o Goldman Sachs reiterou sua recomendação de compra para RDOR3, com um preço-alvo de R$ 41 nos próximos 12 meses, o que representa uma chance de valorização de 9,5% em relação ao preço de fechamento anterior.
O BTG Pactual também reafirmou a recomendação de compra para as ações da rede de hospitais, com um preço-alvo de R$ 44, o que indica um potencial crescimento de 17,5% até o final de 2025 para o preço de fechamento do dia anterior (2).
“Continuamos enxergando RDOR3 como uma consolidadora do setor, com potencial de duplicar seu tamanho em 10 anos. A companhia continua sendo nossa escolha favorita no segmento de saúde”, afirma o banco em seu relatório.
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Fonte: Money Times
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